O “acumulador compulsivo” guarda de tudo: caixas vazias, embalagens descartáveis, roupas e revistas antigas, cabos e fios usados, brinquedos quebrados ou quaisquer objetos que a pessoa ache que possam ser proveitosos no futuro.
Esse é um transtorno chamado Disposofobia. É uma condição patológica, que leva à aquisição e acumulação compulsiva e desordenada de objetos, ainda que sejam insalubres e perigosos ou até mesmo itens descartados por outros.
A pessoa com este problema torna-se incapaz de eliminar esses pertences, espalhando-os por toda a casa, muitas vezes a ponto de torná-la praticamente inabitável, podendo colocar em risco, inclusive sua saúde física e mental.
É natural que se deseje guardar objetos que fizeram parte de nossa história e memória. Mas o acumulador compulsivo não faz apenas isso. Os objetos acumulados são aleatórios, assim como as justificativas criadas para esse acúmulo.
É um quadro progressivo, que começa com pequenos acúmulos e que, quando não tratado, pode se tornar patológico, levando a pessoa a sentir grande constrangimento por sua situação. Isso leva ao isolamento social, que piora ainda mais o quadro.
As causas do comportamento podem ser muitas: ansiedade e depressão, angústias, solidão e perdas consideradas irreparáveis. O acumulador costuma sentir um vazio muito grande, que causa intenso sofrimento psíquico e que, muitas vezes, pode ser motivo da busca de compensação pelo acúmulo material. É uma tentativa inconsciente de que os objetos acumulados ocupem um vazio que, na verdade, está do lado de dentro…
O acompanhamento psicológico é muito importante, pois a tendência natural do quadro é piorar com o tempo. O distúrbio precisa ser diagnosticado e tratado corretamente.
A psicanálise permite trabalhar o fator desencadeante da acumulação compulsiva e promover a mudança desse padrão, de forma gradual, respeitosa e acolhedora, para que a pessoa aprenda não só a lidar melhor com seus objetos, mas também a lidar e preencher seus vazios com autorrespeito e saúde.