A pornografia existe há muitos séculos, mas é indiscutível que, com a internet, o acesso a ela tornou-se muito mais fácil. Hoje é possível ter, em poucos minutos, acesso a mais material pornográfico do que alguém do passado teve durante toda sua vida.
Diante da grande lucratividade, os sites de pornografia se especializaram em manter seus consumidores conectados pelo maior tempo possível.
A inclusão digital e a facilidade de acesso a conteúdo sexual têm gerado um número cada vez maior de pessoas, algumas inclusive muito jovens, viciadas em pornografia. Um estudo da Faculdade de Medicina Pública de Shah, na Índia, demonstrou que entre 4,5% e 10% dos homens no mundo têm este vício, que afeta também muitas mulheres.
O consumo de pornografia tem semelhanças com o padrão de consumo de drogas: há enorme oferta, nenhuma necessidade de interação, a recompensa é imediata, o acesso pode se repetir até a saciedade ou exaustão, de maneira fácil, privativa e com baixo (ou nenhum) custo.
A princípio, cenas leves bastam para liberar dopamina no cérebro e produzir prazer. Com o vício, são necessários estímulos mais impactantes para gerar o mesmo efeito, levando a pessoa a buscar cenas mais explícitas ou com maior frequência.
A busca por pornografia pode passar a ocupar cada vez mais espaço na vida da pessoa, como qualquer outro vício. Muitos têm até problemas em cumprir sua rotina diária, evitam situações sociais, perdem o interesse por seus parceiros, podem desenvolver quadros depressivos, entre outros.
Quem deseja interromper esse hábito pode procurar a ajuda de um psicólogo. Descobrindo as causas do vício, a pessoa pode conseguir controlar a compulsão e descobrir novas, e saudáveis, fontes de prazer – fora do campo da pornografia.
Conhecer os desejos e realizá-los deve promover satisfação, não aprisionamento. O sexo faz parte da vida do ser humano, mas é preciso evitar que ele se transforme em compulsão (normalmente associada à pornografia) e, mais do que isso, represente a única fonte de prazer de uma pessoa.